Imobiliário

Procura de casa no interior aumenta em 2021

Procura de casa no interior aumenta em 2021

O estudo do Imovirtual, Barómetro Anual, que aborda as tendências que marcaram o mercado imobiliário em 2021, revelou que o interior do país registou um crescimento da procura de casa de +51% face a 2019 e de +14% face a 2020. Em contrapartida, verificou-se uma diminuição da procura de casa em áreas metropolitanas de -35% face a 2019. Embora se tenha registado uma recuperação ligeira face a 2020 (+7%), o certo é que o crescimento do elevador continua muito abaixo da procura pré-pandemia.

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Litoral vs. Interior

A análise concluiu ainda que ambas as metrópoles registaram uma diminuição na procura de casa, sendo que em Lisboa, o indicador caiu para -37% em 2021 face a 2019, tendo registado uma recuperação de +16% face a 2020. No Porto o cenário é semelhante, registando-se uma diminuição de -33% face a 2019 e de -1% face a 2020.

Falando nas cidades intermédias, o cenário muda de figura. Guarda (+139%), Beja (+123%) e Portalegre (+112%) são as localizações com maior aumento da procura face a 2019, ainda que tenham registado estabilização ou variações menos significativas face a 2020 (+6%, -4% e +10% respetivamente). Já Bragança (+103%), Viana do Castelo (+99%), Viseu (+99%), Vila Real (+99%) e Évora (+87%) também manifestaram aumentos relevantes da procura de casa face a 2019, com variações menos significativas entre -15% e +6% em comparação com 2020. Por seu lado, Guimarães regista a menor subida face a 2019 (+6%), mais a maior face a 2020 (+47%). Por fim, Castelo Branco teve um aumento de +35% face a 2019 e diminuiu em relação a 2020 (-10%).

De notar que, em todas as cidades intermédias mencionadas, a procura de moradias supera a procura de apartamentos. Em Lisboa e Porto a tendência é naturalmente inversa, com maior procura por apartamentos que por moradias.

Ricardo Feferbaum, Diretor-Geral do Imovirtual, comentou a tendência de abrandamento da procura nas grandes cidades e consequente aumento da procura no interior: “Lisboa e Porto continuam a ser os principais mercados de Portugal mas a verdade é que registou-se uma quebra acentuada da procura durante o ano passado. Por um lado a oferta de imóveis diminuiu e aquilo que as pessoas encontram disponível nestas zonas não lhes desperta muito interesse e, por outro lado, a pandemia e, consequentemente o trabalho remoto levaram muitos a olhar para outro tipo de localizações, mais distantes das grandes cidades”. O motivo? As taxas de juro mais baixas que estimularam a procura e fizeram reduzir a oferta disponível. “Esta redução da oferta é um fenómeno que se verifica em todo o país”, remata o responsável.

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Tipologias

O mesmo estudo do Imovirtual revelou ainda que, em comparação com 2019, em 2021 registou-se um aumento significativo da procura por terrenos (+42%), quintas e herdades (+28%) e moradias (+15), categorias que já em 2020 tinham registado aumentos exponenciais na procura. Ainda assim, após o grande crescimento em 2020 destas categorias, a verdade é que as tendências estabilizaram em 2021. As moradias registam um pequeno decréscimo de -5,5%, face ao ano anterior, os terrenos -3% e as quintas e herdades a quebra mais significativa, de -11%. Nos apartamentos, o decréscimo da procura é evidente em 2021 face tanto a 2020 (-41%) como a 2019 (-47%).

A única categoria que regista uma subida na procura face a 2020, são os empreendimentos (+19%). O destaque vai para as cidades do litorial do país, em particular Setúbal (+210%) e Faro (+142%), seguindo-se Lisboa (+46%), Braga (+43%) e Porto (+40%).

Perfil dos clientes

No que respeita ao indicador faixas etárias, em comparação com o ano de 2019, ano pré-pandemia, em 2021 há um crescimento significativo de utilizadores dos 18-24 anos (+135%) e acima dos 65 anos (+130%). A procura de casa na faixa etária 18-24 estabilizou em 2021 face a 2020, mas acima dos 65 anos foi a que mais aumentou (+29%). As faixas etárias dos 55-64 (+67%) e dos 45-54 (+51%) também revelaram aumentos significativos face ao mesmo período em análise. A tendência mantém-se, ainda que menos intensa, em 2021 face a 2020 (+15% e +23%, respetivamente). O Barómetro Anual 2021 do Imovirtual determinou ainda que existe um decréscimo na procura de casa nas faixas etárias dos 25-34 (-18%) e dos 35 aos 44 (-22%), face a 2019 e também face a 2020 (-11% e -25%, respetivamente). Ainda assim estas são as categorias que, a nível absoluto, mais procuram casa em todos os anos.

A nível de géneros, 2021 revelou que há mais mulheres (56%) do que homens (44%) a procurar casa, à semelhança de 2020 e 2019. Todavia, o número de homens a procurar aumentou desde 2019 (+9%).

Falando em procura por regiões, Setúbal (-87%) e Faro (-82%) registaram a maior quebra de pessoas a procurar casa face a 2020. A nível global, as pessoas localizadas em Lisboa (4.232.086) e Porto (2.122.582) foram as que mais procuraram casa em 2021, seguindo-se Braga (425.337), Coimbra (312.803) e Aveiro (276.152).

De um modo geral, podemos concluir que as realidades impostas pela pandemia levaram as pessoas a procurar outros locais de habitação, para assim conquistarem a sua independência ao nível familiar. Também as possibilidades criadas pelo trabalho remoto ou necessidade de espaços exteriores, facilitaram este aumento da procura, que se verifica sobretudo nos jovens e pessoas acima dos 50 anos, sobretudo a partir da idade de reforma.

Alexandre Luís Autor Imovirtual

Também conhecido como ‘O Consultor’. Pode encontrá-lo a consultar o último estudo de mercado. Não tem talento para vender, mas sabe tudo sobre Imobiliário. Fala sobre questões relacionadas com o tema no Blog do Imovirtual.

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Ultima actualização: 22 fevereiro 2022
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