Imobiliário

Mais histórias sobre edifícios históricos portugueses

Mais histórias sobre edifícios portugueses

Já aqui falámos de algumas histórias de edifícios que marcaram o legado português. O nosso país é, sem dúvida, muito rico a nível arquitetónico, mas ao longo destes anos têm sido tomadas boas e más decisões no que toca à construção ou demolição de prédios. Ou mesmo à falta de conservação do património já existente. Estas são algumas curiosidades sobre 4 localizações conhecidas, com história e com desfechos muito diferentes. Ora veja.

👉 Conheça mais histórias sobre edifícios portugueses

🏛️ A estrela que nunca conheceu dias de glória

Lisboa: Panorâmico de Monsanto

panorâmico de monsanto

Num trabalho sobre o emblemático local do Parque Florestal de Monsanto, o Jornal Expresso apelidou-o de ÓVNI, “imóvel e enigmático, a olhar a cidade, quase sem ser visto”. Uma definição adequada, já que agora este é apenas um local praticamente abandonado e mal aproveitado, que recebe alguns eventos e tenta cumprir uma das muitas funções que para ele foram idealizadas, a de miradouro.

A vista 360º e o conceito inovador não chegaram para manter o Panorâmico de Monsanto em bom caminho. A estrutura do edifício continua de pé e a Câmara Municipal de Lisboa até efetuou pequenos trabalhos para tornar o local mais seguro para as centenas de curiosos que visitam o miradouro, mas o espaço tinha potencial para ser tão mais do que somente as paredes graffitadas, os vidros partidos e o lixo acumulado.

O edifício começou a ser projetado há 50 anos atrás, mais coisa menos coisa, pelo arquiteto camarário Carlos Chaves Costa. Dispunha de 7 pisos onde se localizavam, Miradouro, Depósito de Água, Restaurante, Snack-bar, Escritórios, Armazém e Sala de Bingo. A sua construção viria a ficar concluída em meados do inicio da década de 70 e a 4 de março de 1970, o espaço foi inaugurado. Desde então, e tal como aponta o Expresso, o Panorâmico só funcionou em pleno entre 1984 e 1985; nos outros anos, ora esteve fechado, ora funcionou esporadicamente.

🏛️ Uma requalificação bem-sucedida

Caldas da Rainha: Hotel Lisbonense atual Hotel Sana Silver Coast

hotel lisbonense sana silver coast

Anteriormente conhecido como Hotel Lisbonense, hoje alberga uma das maiores cadeias hoteleiras nacionais: o Sana Silver Coast junta o requinte à história. Nos tempos áureos, o Lisbonense esteve fortemente ligado à tradição termal das Caldas da Rainha, não fosse este o local onde o rei D. Carlos I e a Família Real permaneciam quando visitavam a cidade do Oeste para ir a banhos.

Todavia, a unidade hoteleira entrou em declínio por volta dos anos setenta, altura em que chegou a receber os cidadãos das ex-colónias. Eventualmente viria a ficar ao abandono e apesar do interesse de vários investidores neste ativo, a verdade é que as ruínas do edifício conviveram por muitos anos com a bela paisagem do Parque D. Carlos I, um dos ex-líbris das Caldas da Rainha. Tudo porque a autarquia exigia que os novos proprietários mantivessem a fachada original do edifício.

E assim foi: em 2011 era inaugurado o Hotel Sana Silver Coast, uma unidade de 4 estrelas, que segundo o Região de Leiria, foi orçada em 7 milhões de euros. Mas esta obra de reconstrução ficou marcada por uma derrocada da fachada em julho de 2008, que causou ferimentos em dois operários.

🏛️ Edifício do século XVI à venda no Imovirtual

Sintra: Antigo Hospital

antigo hospital de sintra

Seis pisos, uma pequena capela e uma área bruta de 1996m2: esta é a composição do Antigo Hospital de Sintra que está à venda no Imovirtual por 5 milhões de euros. O edifício data do século XVI e a sua história está associada à Santa Casa da Misericórdia de Sintra, uma instituição que surgiu em 1545 pela mão da Rainha D. Catarina, esposa de D. João III.

No século XX, o Hospital da Misericórdia, nome pelo qual era conhecido, sofreu uma modernização e passou a contar com um serviço de radiologia a partir de 1940. Trinta anos depois, foi novamente alvo de obras de requalificação sendo que o número de especialidades médicas foi aumentado. Em 1974, o Hospital viria a ser nacionalizado para anos mais tarde, na década de 90 ser encerrado definitivamente por não reunir as condições de funcionamento necessárias.

Desde então não há registos de atividade naquele edifício. No anúncio publicado no imóvel pode ler-se que o imóvel “foi Recém restaurado com uma infraestrutura para receber uma Clínica. Pode ser igualmente adaptado para um Hotel”. O desfecho deste edifício com história, só o futuro dirá, mas certo é que a sua localização privilegiada no centro da Vila, perto do Palácio Nacional de Sintra e do Museu de História Natural é um ponto a favor para a concretização e preservação do Antigo Hospital.

👉 Encontre aqui mais imóveis para comprar em Sintra

🏛️ No corredor da demolição

Lisboa: Edifícios Fontes Pereira de Melo

edifícios graffitis fontes pereira de melo

Ao todo são três os prédios em ruínas que constituem a paisagem urbana de uma das Avenidas mais nobres e mais movimentadas de Lisboa. Os edifícios devolutos da Fontes Pereira de Melo ficaram conhecidos em 2010, altura em que as suas fachadas foram pintadas pelos artistas do projeto Crono. Um trabalho que foi classificado pelo The Guardian como uma das melhores obras de street art do mundo.

Além de não passarem despercebidos pelas obras de arte que albergam, os prédios também chamam à atenção pelas suas janelas tapadas com tijolos e pelo seu aspeto “abandonado”. Por isso, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) avançou em outubro de 2020 para a demolição dos imóveis. Ao Jornal i foi confirmada a execução de “trabalhos de demolição”, bem como o registo de uma derrocada num dos edifícios no inicio de 2019 o que levou a uma proposta para a demolição integral do referido “alegando riscos de segurança para pessoas e bens”.

Certo é que após comunicada a intenção da DGPC, foi lançado um abaixo-assinado para manifestar o descontentamento a respeito da demolição dos três edifícios da Fontes Pereira de Melo. De acordo com o Jornal i, a petição defende a “importância patrimonial e com forte impacto no tecido urbano da cidade” do conjunto de prédios e pede que ao invés da demolidos, estes sejam restaurados.

Alexandre Luís Autor Imovirtual

Também conhecido como ‘O Consultor’. Pode encontrá-lo a consultar o último estudo de mercado. Não tem talento para vender, mas sabe tudo sobre Imobiliário. Fala sobre questões relacionadas com o tema no Blog do Imovirtual.

Leia também

Ultima actualização: 17 junho 2021
Botão Voltar ao Topo